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terça-feira, 9 de junho de 2015

Liberdade, o Jung sabe-a toda

Não adoro frases feitas, a maioria faz-me lembrar pseudo-new-age-pupu, mas quando falamos de C.G. Jung o conhecimento de quem é e o processo do auto-conhecimento está realmente lá.

 Sei que há quem ache esta coisa de enfrentar os próprios demónios uma parvoíce. Afinal, porquê processar emoções e pensamentos dolorosos se podemos simplesmente arrumá-los na cave e fingir que eles não existem? Todas as sensações de vazio, de faltar alguma coisa e não sabemos o quê, de emoções exageradas como a raiva, ataques de pânico ou até mesmo as insônias permanentes são na sua maioria "caves demasiado cheias". Esta limpeza liberta-nos... Entender a dualidade liberta-nos.

Viver no mundo das fadas onde tudo é "rosa choc" apesar de ser bonito, não é real. Continuar a esconder emoções nas nossas caves e acima de tudo de nós próprios virar-se-á de uma maneira ou de outra contra nós.  Então para sermos plenos aceitemos tudo em nós! Vamos lá olhar a sério para dentro, sem medos e "agarrar o touro pelos cornos".

 Trazer à luz da consciência o que não é consciente pode ter momentos dolorosos mas acreditem que nos liberta. É preciso coragem e vontade de mudar, só isso.

"There is no coming to consciousness without pain. People will do anything, no matter how absurd, in order to avoid facing their own soul. One does not become enlightened by imagining figures of light, but by making the darkness conscious.” ~ C.G. Jung

"Não existe o processo de tornar-se consciente sem dor. As pessoas farão tudo, não interessa o quão absurdo seja para evitarem enfrentar a sua própria alma. Não nos tornamos iluminados por imaginar figuras de luz, mas sim por fazer a escuridão consciente (trazer luz à escuridão)"

Lembrem-se que até o Shiva tinha como um dos seus passatempos preferidos dançar com os demónios. Adoro esta imagem, daquele que vê e que se conhece e diverte a dançar com os seus medos.


Love you

PS: Pronto, não se aflijam  com a referência tauromáquica, é só uma expressão, tá?

PSS: Passar por este processo sozinhos pode fazer mais mal que bem, procurem alguém que realmente vos ajude neste processo...

PSSS: No processo do auto-conhecimento o Vedanta trouxe-me essas respostas mas há muitos caminhos... Experimentem e achem o vosso

terça-feira, 2 de junho de 2015

Yoga pela manhã



Pela manhã começa o dia. Há quem tenha algumas dificuldades em acordar cedo para fazer algo que não seja "ter de ir trabalhar", mas digo-vos desde já, começar o dia com uma prática de Yoga matinal muda toda a nossa dinâmica e rotina melhorando em muito a qualidade da nossa vida.

India 2009, meditação ao nascer do sol nas montanhas


Aqui vão alguns benefícios de saltar para o tapete logo pela manhã:

Uma prática de Yoga matinal faz com que o dia se incie de forma mais consciente e equilibrada.
Sabe aquela sensação de paz que tem a seguir a uma aula ou depois de meditar? Imagine começar assim o seu dia e ter o privilégio de continuar o dia em modo equilíbrio. Por muito que fale sobre isso só há uma maneira de ver... Experimente



Acordamos o metabolismo e "sistemas de limpeza" do nosso corpo logo pela manhã. Mais do que um café, alguns exercícios de respiração (pranayamas) e até alguns exercícios de limpeza (kriyas) fazem com que todo o corpo tenha outra dinâmica ao longo do dia. O sistema digestivo e linfático agradecem.

Maio 2015 no Parque D Carlos I 
As posturas de Yoga, libertam-nos o corpo. Durante a noite, há alguma rigidez que se vai instalando e é de manhã que a sentimos mais. Tenho algumas pessoas que me dizem que de manhã não querem praticar porque sentem o corpo menos flexível. Mas é exactamente pela manhã que mais precisamos de recuperar a mobilidade nos músculos e articulações. Uma das primeiras professoras de Yoga que tive dizia sempre que de manhã é mais fácil meditar porque a mente está mais calma e mais difícil praticar as posturas físicas (Ásanas) porque o corpo está mais preso. À noite esta dinâmica inverte-se: corpo mais solto, mente mais agitada.

 Chegar com os mãos ao chão não pode nem deve de ser o objectivo da nossa prática, mas sim dar ao corpo o alimento, alongamento, e força necessários para que nos traga ao longo da vida o minimo de limitações possíveis durante o maior período de tempo possível. Será 120 anos de saúde pedir demasiado?

Claro que devemos praticar de acordo com a nossa disponibilidade, mas a minha sugestão é que experimentem uma aula de Yoga ou mesmo trazer a vossa prática para o início do dia. Sintam a diferença no corpo, na mente e na disposição em geral ao longo do vosso dia.

Encontramo-nos brevemente num tapete logo pela manhã

Love you all


PS: A partir deste sábado também no Balance Health Club & Spa às 9h. Até já

terça-feira, 19 de maio de 2015

A importância do silêncio e outros assuntos desportivos

A mente é um bicho. Pelo menos a minha é. Tem pensamentos que começam por parecer adoráveis cãezinhos recém nascidos e passados uns momentos de alimentação tornam-se predadores dispostos a destruir o nosso estado de equilíbrio (Alien style).

Não sei quanto a vocês mas esta mente que aqui habita, tem muitas limitações: acha-se sempre o centro do universo, identifica-se com tudo o que vê, acha sempre que o problema é da dona dela, ou então a dona é a solução para tudo.

Então, parece-me que a melhor abordagem é a chamada abordagem "jogador da bola" (perdoem-me os que não falam de si na terceira pessoa, eu sei que são bastantes). Tratemos a mente como ela é, uma entidade que precisa de espaço, que precisa de tempo para processar pensamentos e as emoções que vêm associadas a eles.

Ter um momento do dia para deixar a mente processar o que tem a processar é fundamental neste processo de lhe dar espaço, de compreender que controlar os pensamentos que surgem é uma tarefa inglória.

Quando nos damos uns momentos durante o dia em que só observamos os pensamentos, vamos compreendendo como ela é, vamos conseguindo tratá-la na terceira pessoa tipo "jogador da bola". Os problemas relativizam e deixam de ser Aliens devoradores de humanos para passarem a ter a dimensão que realmente têm. Com um pouco mais de realidade .Mais ou menos sérios, mas sem a carga emocional que muitas vezes uma mente turva lhes empresta.

Então vamos dar-nos a esse "luxo" para conseguirmos manter a sanidade. Uns minutos de silêncio durante o dia... Simples e até pode ser que ajude à adormecer... Se não o fazemos voluntariamente durante o dia, podemos ter de fazê-lo à força à hora de ir dormir.

Agora, feche os olhos e observe. Sem julgar, sem tentar controlar, deixe-a ir e observe

Manter um espeço próprio para a paragem ajuda. Partilho aqui o meu


Love you all

PS: Perdoem-me os clichés, mas esta questão de falar na terceira pessoa faz-me sempre lembrar um maravilhoso jogador do Sporting. Mário Jardel que consigas encontrar o teu equilíbrio se ainda não encontraste

PSS: Sim podemos gostar de yoga e meditação e gostar de ver futebol ou qualquer outro desporto. Desculpem-me os fundamentalistas.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Aqui e agora

Já falámos algumas vezes aqui de Moksha, em linhas muito gerais: a libertação das ilusões de que somos limitados.

Passamos a maior parte do tempo em modo limitação, ou porque o corpinho tem um pneu mais desenvolvido, ou porque achamos que somos aquilo que pensamos ou até as emoções que passamos.

E para Moksha eu estudo, eu tento, eu vou trabalhando às vezes mais outras um bocadinho menos.

A vida acontece a cada momento aqui e agora, a escolha de como a havemos de viver é nossa.

Tenho tanta pena dos momentos em que achamos que sabemos e que controlamos tudo.

 Tanta coisa que perdemos por acharmos que sabemos mais, ou temos mais, ou pior, que está tudo sob controlo.



Nada sob o nosso controlo, mas tudo na ordem!

PS: Para saberem mais sobre Moksha, aconselho a procurarem um professor de Vedanta, mas por favor um que seja minimamente esclarecido senão a confusão só vai maior. Conheço alguns que vos posso orientar para eles. Basta pedir!


sábado, 3 de janeiro de 2015

De boas intenções está o Inferno cheio


Estas alturas de mudança de ano, servem sempre como balanço e redireccionamento, porque afinal às vezes vamos desviando uns graus do objectivo. De início sabemos tão bem,  depois vamos perdendo o ímpeto e a garra de os seguir. O modo "zombie" (de que já falei aqui algumas vezes) instala-se e de repente ver aquela série ou programa fica mais importante do que a verdadeira direcção que queremos dar à nossa vida.


Em sânscrito a palavra é Sankalpa: संकल्प. Um sankalpa é só uma intenção, uma direcção para onde queremos ir. 

Atenção que formular um Sankalpa é pouco e não vale ficar tipo "O Segredo" (lembram-se deste best-seller?) que dizia que só o poder da mente chegava para termos tudo aquilo que precisamos. Então os bracinhos e as perninhas servem para quê?

Começa-se por uma intenção, pensamos nos passos necessários a dar e vamos tentar fazê-los. O Sankalpa é o inicio, o resto vem da nossa força de vontade e de uma série de outras condições que podem ou não acontecer nesse momento e que nós não controlamos.

Dou já um exemplo. A Maria e o João (Os nomes clássicos portanto) estão cheios de vontade de ir fazer uma viagem. Eles nem se conhecem e estão cada um no seu computador a sonhar pelos sites de compra de viagens. A Maria quer ir para as Bahamas, o João quer ir ao México. Nenhum deles o pode fazer neste momento, mas enquanto a Maria vai tentando poupar ou arranjar uns trocos extra, o João rapidamente desliga e vai ver a telenovela. Quem é que tem mais probabilidades de se safar? 


Aqui vão os passos para concretizar mais em 2015:

1- Sankalpa, perceber onde queremos ir, qual a direcção a seguir
2- Perceber quais os passos práticos que são necessários tomar 
3- Dar esses passos cheios de determinação


O resultado destas acções poderá ou não trazer aquilo que querem à vossa vida, porque há toda uma série de factores (que fazem parte da ordem natural das coisas) que podem ou não acontecer. O importante não é falhar ou conseguir, o importante é tentar e dar todos os passos para conseguir. Ou podemos nem tentar e continuar a ver o telejornal ou a telenovela...

A minha sugestão é começar com um simples, comece agora. Pense no que quer realizar ou que aconteça, pense no que precisa de fazer para que isso aconteça, depois é só fazer... O pior que pode acontecer é não acontecer nada, mas isso já está garantido desde o inicio.

Happy New Year


PS: Uma das minhas intenções para 2015 é escrever mais no blog. Estou a dar passos nessa direcção!!!!