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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Criadores de sonhos


Somos todos criadores de sonhos.

As principais diferenças entre seres humanos (sem distinção de género) quando se trata de criar sonhos e ter intuições é que alguns acreditam tantos nelas que contra os pessimistas e "vai-se andando"s deste mundo, realizam e materializam aquilo que realmente querem.


Daí a importância de muitas vezes mantermos aquilo que queremos fazer para nós. Não é mentir, é protegermo-nos dos "vai-se andandos" e dos "isso não dá com a maneira como as coisas estão". É não deixarmos que o sonho ou a intuição que queremos realizar seja mandada abaixo quando ainda está nessa fase desmaterializada. Se quiserem realmente partilhar com aqueles que vos encorajam então façam-no, mas correndo sempre o risco de apanhar o outro num dia em que o alter ego pessimista é presidente. Aí só têm de ser fortes e acreditar naquilo que visionam para a vossa vida porque mais ninguém a pode viver por vocês.

Não alimentemos assim os dramas, as pequenezas, e as distorções da maravilha que somos, vivam a vossa vida e rodeiem-se de quem vos encoraja, assim mais facilmente também passam a viver a vida a encorajar os outros a serem a melhor versão deles. É pescadinha de rabo na boca e tem de começar em nós.

Ouçam a vossa intuição e sigam-na! Vivam o vosso sonho sempre

Há um Yoga Sutra que para mim se parece encaixar perfeitamente neste tema:

"maitryādiṣu balāni" -  Yoga Sutra 3.24
Pelo Samyama na amizade e qualidades que tais, é obtido o poder para as transmitir.

Rodeiem-se de amizade, amor e alegria na vossa vida, vivam nessas qualidades, materializem os vossos sonhos e transmitam-nas a quem não as vive, mas por favor, não se deixem arrastar pelos turbilhões alheios. Essa não é a nossa verdadeira natureza


Love you

PS: As minhas sinceras desculpas a todos aqueles a quem eu já matei sonhos com desculpas de realidade. É um processo esta coisa do viver. Vou tentar viver neste nível mais elevado sempre, mas se por acaso em alguma ocasião não o conseguir desculpem-me, prometo que volto a tentar sempre.



PSS:No Yoga Sutra de Patanjalisamyama é o conjunto formado por Dhárana (concentração), Dhyána (meditação), e Samádhi (iluminação ou hiperconsciência), sendo que cada estágio é o aprofundamento do anterior. ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Samyama

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Aceitar o Outono cá dentro

Épocas de transição nunca são fáceis e quando falamos de passar do Verão para o Outono ainda pior. É como se o Outono fosse a época aberta para a depressão. Pois bem meus amigos, se quiserem que assim seja, então assim será. 

Na nossa mente sempre associámos as Estações (ou pelo menos grande parte de nós) a emoções de alegria ou tristeza, a julgamentos de bom ou mau. No Verão podemos vir para fora, andar com pouca roupa, sem preocupações, são as férias, é a liberdade total. No Outono começam aparentemente as limitações no exterior, vem o frio, vem a chuva, mas também vem o cheiro a castanhas na rua, o conforto do cachecol, o voltar a casa. É altura de voltar a casa. 

Podemos entendê-lo só no sentido físico, mas acima de tudo o Outono é parte fundamental do ciclo de criação e destruição que acontece sempre, todos os anos e a cada respiração.
O Outono é mais uma oportunidade de aprofundar a meditação, olhar mais para dentro e colher os frutos daquilo que plantámos no inicio do ano. 

Se se sentirem com mais vontade de dormir, durmam, se o pico de energia já não estiver lá em cima desde as 7 da manhã... azar. Aceitemos as estações do ano como parte normal e maravilhosa do ciclo da nossa natureza e vamos celebrar esses ciclos. 

Vamos dar uma volta e ver as cores mais bonitas do ano, vamos aproveitar para beber o chá e ler o livro que não deu para ler na praia, vamos pisar folhas secas caídas das árvores e ouvir aquele som de Outono, vamos tirar os casacos de malha do armário e aproveitar cada momento, porque tudo passa rápido demais e aposto convosco que entretanto chega Agosto.

Namasté

PS: Esta foto foi tirada no Parque das Caldas a semana passada, se puderem vão lá porque as cores estão incriveis. Aproveitem para ouvir o pisar das folhas...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Paz paz paz




Hoje dia 21 de Setembro é o dia Mundial da Paz. E correndo o risco de soar candidata a Miss Portugal o meu sonho é mesmo que haja Paz no mundo.

Muitos de nós não conhecemos essa Paz, vamos tendo rasgos ocasionais que acontecem esporadicamente quando fazemos algo que gostamos. Sabemos que falta alguma coisa, só não sabemos o quê. E podemos passar uma vida (ou mais) à procura disso lá fora, nos bens materiais ou nas relações com as pessoas.

Quando encontrei a prática de Yoga, e a Meditação foi-se dando uma transformação que ainda hoje está em andamento. Podemos não viver sempre em Paz, mas pelo menos que saibamos lá ir dar.

De acordo com o Vedanta temos "camadas" (Koshas) a trabalhar em nós para chegarmos ao centro ou ao contentamento:

Anatómica - Anamaya Kosha 
Fisiológica  - Pranamaya Kosha, que inclui os nossos sistemas respiratório, circulatório, reprodutor, etc
Psicológica - Manomaya Kosha, o reino do sentir
Intelectual - Vijñanamaya Kosha, que inclui a razão e o julgamento
Contentamento - Anandamaya Kosha, que corresponde ao estado acordado, de consciência daquilo que somos (samadhi)

E o caminho é para dentro. É um caminho de auto descoberta, de conhecer quem realmente somos, de aceitação das partes menos boas, e é aceitar que muitas vezes nos iludimos em relação a quem somos.
É um trabalho exigente que pode gerar birras, mau humor, negação, mas depois gera também a consciência e a plenitude. Daí valer a pena cada olhar para dentro, cada camada que vamos atravessando até chegarmos ao centro.

E na prática? A prática de Yoga permite-nos trabalhar tudo isto: Anatómico, Fisiológico, Psicológico, Intelectual e o Samadhi. Durante uma prática completa, Ásana e Pranayama (Posturas Fisicas e Respiração consciente), Concentração e Meditação fazem-nos chegar lá. Mesmo que sejam só com algumas luzes inicialmente, mesmo que seja aos poucos, e um bocadinho de cada vez.

Mas com mais ou menos caos, mais ou menos paz, vale a pena cada tentativa e cada momento de Centro e de Consciência.

Hoje pare dois minutos e medite, ou reze ou peça pela sua paz. O resto vem da transformação que ocorre a partir de dentro

Om Shanti, shanti shantii

Love you all

PS: Desculpem as faltas na escrita em sânscrito, mas tentei com a minha melhor intenção passar para a grafia portuguesa e fonia sancrita. Mais sobre o assunto em: http://en.wikipedia.org/wiki/Sanskrit#Writing_system

PSS: Informação retirada do livro Light on Pranayama, BKS Iyengar

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Portugal: uma visão cientifica e em consciência


Para as mentes que foram educadas no processo cientifico e que só vão lá com a lógica da ciência, há alguns conceitos difíceis de abarcar. Eu sou na minha essência assim, só acredito se passo por elas.
E embora seja sempre avessa a sensacionalismos do telejornais e outros meios de controlo de massas, vivo neste mundo portanto sou afectada pelo que se passa nele. Para mim e segundo aquilo que experiencio a prática de yoga ou de meditação é para me "ligar" e para aprender o que vim cá aprender. Só nessa aceitação e nessa consciência a minha vida faz sentido (o que não tem de ser verdade para todos).

Estes últimos dias têm sido um acordar para muitos, finalmente percebemos que há algo de fundo que tem de mudar no nosso país. Parece-me que é a consciência colectiva a invadir o país, mas se quisermos ser mais pragmáticos, chamemos-lhe a revolta.

Aqui há muitos anos esbarrei com um livro que me fez todo o sentido porque é escrito por um daqueles senhores doutores à séria, cheios de PhD e titulos afins que através de um processo cientifico explica o inexplicável para quem escolhe viver desligado.
Ele é professor na Universidade de Stanford e dedicou a sua vida ao estudo da estrutura da matéria, e uma das conclusões que ele chegou é que há uma série de energias subtis que formam e moldam a realidade. Uma das conclusões a que chegou foi que os sítios que habitamos e onde estamos adquirem a nossa energia segundo a intenção que lhe damos (todo o processo e modelo cientifico em Science and Human Transformation, William A. Tiller, Phd), só assim se explica a sensação de paz quando entramos num local sagrado, ou a sensação de pavor que sentimos noutros locais (já se sentiram com vontade de fugir de casa de alguém porque o ambiente era muito pesado? e até nem era das pessoas naquele momento?).

O que ele tenta provar no trabalho de uma vida inteira é que há uma consciência colectiva e que bastam alguns para mudar e estabilizar a energia num dado nível. Se muitos mantivermos a intenção em algo, essa intenção materializa-se devido à energia do grupo. E até afecta a intenção de pessoas que não tinham essa visão. Também é verdade para seres individuais, vulgo pessoas. Por exemplo se quisermos mudar o rumo de algo, primeiro temos de acreditar que pode ser mudado. Depois agimos de acordo com essa crença. Materializamos aquilo que pensamos.

Tem sido inspirador ver que já passámos à segunda fase, agora agimos de acordo com essa crença... Mas de nada vale ficarmos revoltados com o governo e depois fazermos o mesmo. A mudança tem de partir de nós...

 Podemos exigir honestidade e transparência aos outros? Claro que podemos... Mas para isso temos de estar dispostos a viver em honestidade e transparência na nossa vida.
 Se tiverem mais um cêntimo de troco devolvem-no?
 Alguma vez manobraram o sistema em proveito próprio (e no fim ainda disseram se não fosse eu era outro)? Acho que todos nós já o fizemos senão não estaríamos onde estamos como Nação.

Olhemos todos para dentro e desculpem-me os perfeitos que já o fazem sempre, mas a pergunta é: em que é que eu não estou a ser honesta e transparente na minha vida?

À medida que cada um de nós for criando em si esta honestidade e transparência, o paradigma do país muda... É ciência e matemática da mais pura e lógica

Que a consciência seja o nosso motor de mudança

Namasté

Love you all


PS: Tiller, William A., Science and Human Transformation: Subtle Energies, Intentionality and Consciousness, Editora Pavior
  http://www.amazon.com/Science-Human-Transformation-Intentionality-Consciousness/dp/0964263742

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Pranayama... Quê?

A primeira vez que um professor de yoga me disse para inspirar ou expirar a fazer o que quer que fosse, deu-me vontade de lhe perguntar: "Mas acha mesmo que eu não sei respirar?" e a resposta tantos anos depois é óbvia, claro que não sabia.

Não sabia que a respiração me ajudaria a regular a mente, o sistema nervoso e o prana (energia vital). Não sabia que pode ser usada como forma de equilibrar diariamente o meu corpo, ou em modo SOS de ansiedade. Não sabia que me ajudaria a eliminar o caos mental diário e que me ajudaria a aprender a concentrar num só pensamento de cada vez e durante algum período de tempo. Não sabia que me ajudaria a lidar com tantas coisas posteriormente na minha vida.

 Mas como boa "chica-esperta" que sou, tinha a mania que sabia. Se todos soubéssemos dos obstáculos que saem da nossa vida assim que eliminamos o "chico-espertismo", o mundo já era outro.

Assim quando estiverem numa aula e o professor começar com Pranayama (os ditos exercicios de controlo consciente da respiração) experimentem fazê-los a 100%. E depois digam-me o que acharam.

Há vários tipos diferentes de pranayamas: para "acordar", para equilibrar, para acalmar, e acima de tudo para enchermos de prana (energia vital) o nosso corpo. Devemos fazê-los com a ajuda de um professor qualificado e experiente que nos possa guiar, de modo a que o processo ser fácil e tranquilo. Acreditem que não querem mega dose de prana sem estarem preparados para isso.

                                                
Para começar podem começar com a respiração diafragmática, usando toda a vossa capacidade pulmonar, oxigenando assim o vosso corpo da maneira plena que ele merece.


- Quando inspiramos, o diafragma desloca-se para baixo, ficando quase plano (diminuindo
a pressão do ar nos pulmões e puxando o ar para dentro) e o abdómen desloca-se para fora
- Quando expiramos, o diafragma desloca-se para cima, ficando semelhante a um cone
(aumentando a pressão do ar nos pulmões e empurrando o ar para fora), e o abdómen
desloca-se para dentro


Experimentem fazê-lo de forma consciente, mantendo toda a vossa atenção no processo da respiração. Cinco minutos por dia ou quando sentirem que é altura de voltar à base e de acalmar.

"PRACCHARDANA VIDHARANABHYAM VA PRANASYA"
"A calma é obtida através do controlo da expiração ou da retenção da respiração"  Yoga Sutra 1.38


Acima de tudo pratiquem a consciência
Love you all


Mafalda Sousa

PS: Pranayama - controlo do movimento do prana (através da nossa respiração)

PSS: Recomendo este livro: Light on Pranayama do BKS Iyengar. Podem encontrar também a versão em português, "Luz sobre o Pranayama".